Tarifaço de Trump derruba exportações de SC aos EUA em 19,5% em um mês; setor de madeira é o mais afetado

Date: 2025-09-06
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Entre os produtos catarinenses, o setor de madeira e móveis foi o mais afetado pela tarifaço dos EUA — Foto: Portonave/Divulgação
As exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos caíram 19,5% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2024. Mesmo com a queda, o país segue como principal destino dos produtos catarinenses, com embarques de US$ 119,2 milhões no período.
As informações são do Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), divulgadas nessa sexta-feira (5).
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De acordo com o economista-chefe da entidade, Pablo Bittencourt, o resultado está diretamente ligado ao tarifaço dos EUA. Primeiro, as empresas americanas anteciparam pedidos e formaram estoques antes da medida entrar em vigor. Depois, com a sobretaxa de 50% em vigor, muitos interromperam as compras.
“Foi uma redução significativa em agosto, mas foi um movimento que já esperávamos. Nos próximos meses teremos condições de analisar como as exportações para os Estados Unidos vão se comportar no futuro”, explica.
Apesar da queda para os EUA, Santa Catarina registrou aumento de 1,54% nas vendas externas globais em agosto, somando US$ 971,4 milhões. O crescimento foi puxado principalmente por México (+47,5%), Chile (+30,9%) e Argentina (+21,7%).
Como as tarifas funcionam? Essencialmente, a taxação extra é aplicada diretamente no preço do produto vendido. Assim, o comprador americano, que antes de adquirir um item, por exemplo, por US$ 100, passaria a pagar, pelo menos, US$ 150. O produto tributado perde competitividade, o que pode fazer o importador americano deixar de comprar do Ceará, e os industriais cearenses deixariam de vender para seu principal mercado.
De janeiro a agosto, as exportações catarinenses cresceram 5,9%, chegando a US$ 7,94 bilhões. O avanço foi puxado principalmente pela proteína animal.
Setor de madeira e móveis sente mais o impacto
Entre os produtos catarinenses, o setor de madeira e móveis foi o mais afetado. Conforme Bittencourt, o setor é especialmente vulnerável à tarifação por depender fortemente do mercado americano e produzir itens personalizados para esse público.
“A elevada exposição aos Estados Unidos, combinada com a produção de itens customizados para aquele mercado, torna a situação complexa, sem perspectivas de solução no curto prazo”, destacou.

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